Trazendo inovações para enfrentar os desafios do século 21.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Visão financeira por indicadores - Dashboards



Eu sei que não é prática de toda denominação, mas normalmente na Batista (a qual pertenço), as decisões financeiras são tomadas em assembléia na igreja. As propostas são apresentadas para votação e, na maioria das vezes, sem qualquer informação efetiva que dê suporte para que as pessoas consigam nortear a sua decisão. 


Meu objetivo não é discutir qual a melhor forma de decidir sobre assuntos financeiros, mas como podemos ter uma "informação efetiva" para basear uma determinada decisão, ou mesmo saber como anda a "saúde financeira" da igreja. 


Deixe-me clarear com um exemplo: 


Na leitura do relatório financeiro mensal, é falada a seguinte informação: "Total de entradas de R$ 20.000,00, saída de R$ 18.000,00". A princípio, sem o histórico da igreja, diria que a situação da igreja está boa. Mas se acrescentassemos mais algumas informações como: 










Percebam que um quadro que parecia ser bom, tornou-se em tanto quanto ruim. Agora imagine que um membro não muito assíduo (para não dizer perdido) aparecesse na assembléia (onde só foi falada a informação de entrada e saída de verbas), e fosse colocado para votar a compra de um móvel novo de valor relativamente elevado para um determinado local, dizendo apenas o valor da parcela e em quantas vezes. Será que esse membro terá uma visão clara se é o momento de comprar esse móvel ou não?

Para esse tipo de situação, a pessoa teria um respaldo muito maior para a sua decisão se fosse apresentado um painél de informações resumidas (entre gráficos e indicadores) do cenário financeiro da igreja. Se esse painél for bem montado (e novamente reforço nossas palavras-chave: "informação efetiva/relevante"), com poucos indicadores é possível ter uma visão geral e de qualidade sobre o cenário da igreja e dar um respaldo substancial para as decisões que serão tomadas. Em uma das minhas aulas da minha pós-graduação, um professor disse que um executivo precisa de no máximo 7 indicadores para saber o andamento de uma empresa.


Existem algumas técnicas e conceitos para se chegar aos "bons indicadores" que abordarei no futuro. Não vou me aventurar a sugerir quais você deve considerar na sua igreja (estou mais para tecnologia do que para gestão), mas com algumas conversas entre a liderança da igreja, naturalmente vocês chegarão a alguns fatores que devem ser medidos.


Dentro da tecnologia, os sistemas responsáveis por dar "suporte à decisão" são os sistemas de Business Intelligence (BI), e para esse caso, a forma de visualização seria um dashboards, ou painél de indicadores. Implementar uma solução de BI é uma tarefa complicada e complexa. Não seria possível (nesse momento), empreender um projeto desse para uma igreja, mas com o excel da Microsoft pode-se conseguir excelentes resultados e análises consistentes. Caso não tenha ninguém em sua igreja que conheça bem de excell, aconselho a você comprar um livro sobre essa ferramenta e dedicar algum tempo para aprender a operá-la.


Exemplos


Busquei rapidamente algumas imagens de dashboards no google. As fontes estão logo abaixo das imagens. Agora se você quiser visualizar um exemplo de forma interativa, você pode baixar alguns dasboards de exemplo da Microstrategy (http://www.microstrategy.com.br/digital-dashboard/demos.asp). O interessante das ferramentas de dashboards é a interatividade que você tem com o painél. Para quem tem um blog do Blogger (Google), toda a parte de Estatísticas é um ótimo exemplo de utilização de dashboards.







terça-feira, 5 de outubro de 2010

Gerindo o conhecimento

Uma preocupação que as instituições possuem hoje (ou pelo menos deveriam), é de como armazenar o conhecimento adquirido de modo estruturado, permitindo recuperá-lo sempre que necessário. Tanto que em uma matéria recente da revista Você S/A sobre as profissões do futuro, constava na lista a de "Analista de memória institucional". 


Pensando historicamente, essa tendência é "natural". Os bens materiais de tecnologia,  estão se tornando exponencialmente mais baratos e mais potentes. Segundo os estudos da Singularity University (Faculdade da NASA, nos EUA), até 2023 um computador terá a mesma capacidade de processamento do cérebro humano, e até 2050, a mesma capacidade que todos os cérebros do planeta. Se falarmos em Smart Dust (nano-processadores interligados em processamento distribuido), a capacidade de processamento parece infinita. Da mesma forma, a capacidade de armazenamento de informações têm crescido exponencialmente, enquanto o seu custo têm diminuído também na mesma velocidade, fazendo com que sejamos capazes de armazenar todo o conhecimento gerado pela humanidade.


Para ajudar a visualizar melhor de como (e para onde) estamos caminhando, estou colocando dois vídeos abaixo da série "Did You Know?" ("Você sabia?").



Esse avanço tecnológico e cultural faz com que o principal "ativo" das empresas e instituições de hoje não sejam bens materiais, mas sim pessoas... especificamente, o conhecimento que essas pessoas possuem. Não é por menos que estamos na era da comunicação e da informação, da construção do conhecimento de forma colaborativa. Para uma instituição, perder um colaborador é muito mais do uma pessoa menos no grupo, é parte de seu conhecimento que está sendo perdido.


Falando agora no nosso contexto, igrejas, a necessidade de gerir conhecimento não é menos importante ou necessário do que nas instituições comerciais. Começando pelo básico, quantos sermões, estudos e reflexões já não foram feitos na sua igreja, e depois simplesmente perdidos? Excelentes pregações que passados alguns domingos cairam no esquecimento? Ou então, arquivados apenas os slides utilizados, que ao serem acessados, não falavam por si só o que foi pregado? Ou então, quantas vezes algo ficou parado porque a pessoa que fazia (ou faz) não está, e ninguém mais sabe fazer? Pensando em informações mais sutis, como eu guardo que determinada casa não tolerou uma abordagem de evangelização, e outra se mostrou bem receptiva, para que as próximas pessoas que participarem de uma evangelização de rua saibam previamente como lidar em cada uma das situações? Ou ainda, como armazenar sites e informações da web que são relavantes?


A resposta para  essas perguntas ainda não é muito clara, ou melhor, definida. Não existe uma solução ou ferramenta mágica que você irá implantar e solucionar essas questões de forma definitiva. No entanto, existem princípios para que isso funcione, e alternativas de como fazer fazer isso.


Princípios


Colaboração


Não adianta nomear um responsável por construir essa base de conhecimento. O conhecimento só é construído quando as pessoas se interagem e colaboram entre si, com discussões, comentários e críticas construtivas, ou outras formas de interação. Um exemplo claro de conhecimento gerado pela colaboração é a própria Wikipedia, maior enciclopédia do mundo, desenvolvida totalmente de forma colaborativa.


Recentemente eu assisti um vídeo de uma pesquisado do "Institute For The Future" ("Instituto para o futuro"), Jane McGonigal, que achei genial. Ela fala justamente sobre a construção colaborativa de conhecimento dentro de jogos on-line, e sugere que se as pessoas jogassem games on-lines relacionados aos grandes problemas que enfrentamos, poderíamos achar soluções de problemas simplesmente jogando no pc (para quem se interessou pelo vídeo, clique aqui para assisti-lo).


Comprometimento


Para que essa colaboração aconteça, é necessário que cada pessoa tenha um comprometimento pessoal com essa colaboração. Precisamos sempre manter o sentimento de que estamos fazendo parte de algo maior, que estamos colaborando para a construção de um conhecimento que ajudará pessoas no futuro, e por isso vale a pena gastar tempo armazenando essa informação que você possui. Particularmente, é o motivo pelo o qual eu escrevo esse blog, para que possa ser útil,de alguma forma, para pessoas que precisem de um conhecimento que talvez eu possa dar minha ponta de ajuda.


Apoio


A igreja, como em outras instituições, tem boas idéias enterradas por falta de apoio e visão da liderança. O incentivo da liderança para que esse tipo de iniciativa seja aplicada em toda a igreja é decisivo para o sucesso. Isso porque envolve a mudança de uma cultura, ou seja, as pessoas devem assimilar essa idéia e praticá-la, o que não é uma tarefa fácil. Mas se no seu caso você não tem esse apoio, procure pelo menos realizar no seu contexto, como, por exemplo, na sua sala de EBD, ou no grupo de louvor que você toca.


Idéias de aplicação


- Wikis


Basta navegar um pouco pela wikipedia (Wikipedia Brasil) para ver o como essas ferramentas são interessantes para catalogar e buscar conhecimento. O texto de um assunto leva aos assuntos, temas e palavras relacionados, tornando a leitura dinâmica e interativa. Outra vantagem é a interatividade que proporciona. No site  http://www.wiki.com/ você pode criar suas próprias wikis. Pode ser um bom caminho para a sua base de conhecimento.


- Fóruns


Eu tocava no grupo de louvor de uma igreja onde os membros criaram um fórum exclusivo para os participantes da equipe. Foi uma experiência muito interessante. Através do fórum eram decididas as músicas que seriam tocadas, compartilhavamos as experiências e sentimentos, eram sugeridas e votadas as músicas novas que seriam inseridas no repertório etc. 
Existem ferramentas de criação de fóruns, com diversas funcionalidades de configuração, permissões de acesso, etc. É uma solução interessante, mas a busca pelas informações armazenadas não é tão interativa quanto na wiki.


- Blogs


Uma solução interessante para armazenar e compartilhar idéias, mas não oferece uma interatividade entre as pessoas  tão grande quanto as opções anteriores. É uma boa solução para armazenar, por exemplo, pregações, estudos, reflexões etc. 
Recentemente, eu entrei em uma rede-social (http://ubeblog.ning.com) de "blogueiros cristãos", onde os membros conseguem se interagir, buscar e acompanhar os blogs de seu interesse, etc. Ainda não "explorei" essa ferramenta, mas achei muito interessante para encontrar pessoas com interesses em comum e construir conhecimento juntos.


- Documentos compartilhados


O uso de documentos compartilhados na web, como o google docs, é muito interessante para a construção de algo específico, por um grupo específico, como por exemplo a apresentação de um determinado projeto, mas não é prático para assuntos muitos genérios e/ou acessados por muitas pessoas.


- Youtube


Além de ser uma saída muito interessante para armazenar mensagens e pregações, pode ser usados para treinamentos, estudos, propagandas etc. Não é muito colaborativa, mas é uma saída para armazenar e divulgar vídeos da igreja. A principal dificuldade nesse ponto ainda é técnica/financeira. Nem todas as igrejas possuem recursos para adquirir os equipamentos necessários para realizar a captação do vídeo com qualidade (audio e visual).


- Web 2.0 (Redes Sociais)


Redes sociais são muito práticas pois englobam muito de todas as alternativas mais citadas. Aliás, hoje nós interagimos muito mais virtualmente com as pessoas do que pessoalmente, mesmo que essa pessoa esteja próxima. Mas a rede social tem seu lado negativo: Sem alguns cuidados, qualquer pessoa pode ter acesso ao que se está sendo falado. Particularmente, tenho uma experiência ruim de um projeto legal que foi finalizado por comentários em redes sociais, de pessoas da igreja que nem estavam envolvidas no assunto. Você tem que ter sabedoria para discernir o que pode ser discutido publicamente, e o que não pode.