Trazendo inovações para enfrentar os desafios do século 21.

terça-feira, 3 de maio de 2011

e-Church - Abordando a igreja "2.0"

É inegável o impacto e transformação que a internet causou na sociedade. Os meios de negociação, trabalho e repalcionamento tem mudaram, o e-comerce se tornou algo cotidiano, levando inclusive a diversas lojas deixarem de existir fisicamente para atuar apenas no mundo virtual. As notícias e acontecimentos são divulgadas quase instantaneamente, não somente pelos canais de comunicação normal, mas por pessoas comuns que se tornam referencia em um determinado assunto, o conhecimento é criado de forma colaborativa de diversas partes do mundo, e amplamente divulgadas através de redes sociais, blogs, foruns etc. O próprio modo de relacionamento entre as pessoas mudou. Para muitas pessoas é mais comum conversar e por redes sociais do que pessoalmente. O ensino a distância (EAD) aumentou consideravelmente, e existem até mesmo faculdades oferecendo curso de graduação pelo Facebook. Toda essa revolução é muito bem mostrada na séries de vídeos "Você sabia?" ("Did You Know?"), que pode ser encontrada no site do youtube.

Toda essa mudança é alavancada pela rápida inovação tecnológica que passamos. Os meios de acessos e consumo de informação estão cada vez menores e portáteis, além de financeiramente mais acessíveis. As interfaces de uso estão cada vez mais intuitivas e mesmo pessoas com pouco conhecimento em informática são capazes de operar um tablet como o iPad®. De fato, o acesso ao ambiente virtual tem se tornado tão intuitivo e portátil que muitas vezes o mundo real e virtual se mesclam, e conceitos como realidade estendida (ou sexto sentido), ou presença remota se tornam cada vez mais comuns. Apenas como exemplo, existem robos sendo vendidos para o mundo corporativo em que o funcionário manipula remotamente seu "avatar" de sua residência e interege com seus colegas de trabalho como se estivesse presente na empresa, participando de reuniões, debates, conversas no café etc.

Outro fator que influencia essa migração para mundo virtual são os crescentes problemas que os grandes centros urbanos geram, como violência e trânsito. A locomoção para estar fisicamente em um lugar tem se tornado cada vez mais complicada nos grandes centros. Em  São Paulo, onde resido, é extremamente comum demorar entre 1 e 2 horas para fazer em um trajeto em horário de pico que normalmente levaria de 10 a 20 minutos. Em épocas de chuvas e alagamentos, se torna inviável ir para alguns lugares da cidade, além da crescente violência, que inibem a circulação em determinados lugares e horários.

Todo esse contexto apresenta uma grande oportunidade para a igreja. Temos a oportunidade de romper a barreira física, e nos relacionarmos como igreja idenpendentemente do local ou distância que estejamos uns dos outros. Existem diversas possibilidades na expansão virtual, mas vou  citar alguns benefícios imediatos

Pregação - Podemos levar o evangelho de forma muito mais rápida e barata para muito mais pessoas ao redor do mundo, além de ser uma forma mais segura em países fechados para o evangelho. Outra vantagem é que podemos utilizar diversos recursos para complementar o que está sendo pregado, mapas, fotos etc.

Acessibilidade - Pessoas que estariam incapacitadas para estarem em um culto fisicamente (sejam por problemas de saúde, impossibilidade de locomoção ou qualquer outro motivo) poderiam participar junto com a igreja, cantando, louvando, orando e ouvindo da palavra do Senhor.

Ensino - Através das práticas de EAD, poderíamos educar e formar pessoas em diversas partes do mundo, ou mesmo ensinar para uma quantidade de pessoas muito superior ao que seria possível colocar em uma sala física.

Jogos e realidade virtual - Apesar de ser um conceito relativamente novo, existe uma tendência para se utilizar jogos e mundos virtuais com o fim de educação, reunião e produção de conhecimento. Um exemplo disso é o CityOne, jogo lançado pela IBM para educar executivos e consultores sobre o seu programa Smarter Planet ("Um mundo mais inteligente"), e como aplicar as diversas ferramentas disponíveis pela empresa. Similarmente, poderíamos criar jogos educativos sobre a bíblia, valores éticos, princípios etc, atingindo principalmente o público infantil.

Reuniões - Muitas vezes é preciso reunir pessoas para resolver determinados assuntos. Utilizando tecnologias de tele-presença, voip e outras tecnologias de comunicação, poderíamos resolver problemas de forma mais rápida, resultando em ações mais rápidas e precisas.

Aconselhamento: Muitos dos problemas que as pessoas passam (especialmente os não sejam tão delicados ou que não envolvam muitas pessoas) poderiam ser atendidos por um conselheiro ou pastor via internet, seja por mensagens, ou por tele-presença. Isso representaria uma capacidade maior de atenção para mais pessoas, pois retira-se o tempo de transporte.

Antes de concluir esse post, gostaria de deixar claro que não estou propondo uma troca no nosso modo de se relacionar como igreja, e que a relação física (frente a frente) deva ser deixado de lado. Pelo contrário, ainda não existe nada que substitua o "estar frente-a-frente". No entanto, não podemos descartar as oportunidades e benefícios que a tecnologia tem nos proporcionado. Vejo que ainda poucas igrejas têm investido algo nesse sentido, e engana-se quem pensa que somente as grandes igrejas conseguirão ter esse tipo de infra-estrutura. Uma das poucas igrejas que conheço que disponibiliza seus cultos em tempo real via web, com a possibilidade de intereção das pessoas, é uma igreja pequena.

Concluindo, vejo um futuro cheio de possibilidades e desafios pela frente, e como igreja, devemos nos preparar para aproveitá-los a favor do reino. Não podemos ignorar as mudanças comportamentais que temos sofrido devido ao rápido avanço tecnológico, mas devemos entendê-los e aproveitá-los. Espero que esse post tenha ajudado a você enxergar o investimento em tecnologias como o site da sua igreja como uma oportunidade de expansão do reino, e não como algo supérfluo. Incentive a sua igreja a utilizar redes sociais, fóruns, blogs, programas em Cloud Computing, faça do site de sua igreja um portal dinâmico e útil para as pessas, invista em tecnologias de transmissão de vídeos ao vivo... mas sempre sem perder o foco que esse investimento é para alcançar vidas.





Como suporte para esse post, gostaria de apresentar alguns vídeos que demonstram essa tendência de mescla entre mundo real e virtual, e de como isso continuará mudando nossa sociedade e, conseqüentemente, como a igreja interage com ela.

Um dia feito de vidro.
Pattie Maes & Pranav Mistry: Unveiling the "Sixth Sense"
Nokia Morph Cell phone
Cell phones of the future


Um grande abraço,

Renan Alencar de Carvalho

9 comentários:

  1. Comentário enviado por Fabina União de Blogueiros evangélicos:

    Será que no futuro nascerá a igreja online?

    Vc não precisa ir a igreja, basta assitir em casa em tempo real com conexão com todos os irmãos.

    Vai ser ótimo para aqueles que fogem de relacionamento.

    Não acha????

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  2. Então Fabi,

    Sim e não.

    Levando em conta o que temos de tecnologia hoje, o relacionamento à distância ainda é bastante impessoal, mas olhando para diversas pesquisas e desenvolvimentos que já existem hoje, como lentes de contatos e óculos com projeção de imagem, projeção de imagem 3d ou projeção de alta definição em tamanho real, captação e reconhecimento de imagens e sons, roupas com feedback de sensação de toque (a matéria que eu li era para exoesqueletos robóticos, mas nada impede de aplicar o conceito numa roupa)... enfim, toda a tecnologia que envolve realidade extendida, farão com que quase não exista diferença entre estar fisicamente, ou estar virtualmente em um lugar.

    Agora, como qualquer coisa, se a tecnologia vai ser utilizada para melhorar nossa vida e relacionamento, ou nos distanciar, depende do uso que faremos dela, ou seja, depende de nós.

    Agora a história já ensinou que não adianta querer por o pé no freio ou ignorar as mudanças de comportamente que a tecnologia causa, mas precisamos pensar como reagiremos a ela, e como podemos utilizá-la para "o bem".

    Outra coisa que vale pensar é que muitas das coisas que usamos hoje como algo totalmente comum e normal não eram nem sonhadas há não muitos anos atrás. Basta falar no celular, ou no GPS.

    Talvez olhamos esses tipos de assuntos com maus olhos hoje, mas provalvemente serão tão comuns para nossos filhos que eles não conseguirão imaginar como conseguíamos viver sem isso hoje.

    Olhando por esse lado, vale pensar nisso... não acha?!

    Obrigado pelo comentário!

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  3. Parabéns pelo blog.estou seguindo!
    te convido a também conhecer nosso blog, será muito bem vindo por lá!

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  4. Obrigado Aparecido, visitarei o seu blog!

    Abraços

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  5. Bom, eu penso que é uma faca de dois gumes. Por uma lado , pensar que assim atingiriamos mais pessoas, lugares e situações aonde normalmente a Palavra de Deus não chegaria, é válido, lógico, não sou alienado, temos de usar o que de melhor para pregar o evangelho, mas por outro lado, tenho a sensação que , se hoje , ao vivo já é meio complicado levar pessoas para a Igreja, conversar pessoalmente, deixar o agir do Espírito Santo ministrar na vida da pessoa,ter aquele olhar, ouvir e ver a pessoa falar de seus problemas, sei não, acho que o efeito , que no princípio pareceria uma ótima idéia, iria sair pela culatra o tiro, pois iria segregar mais gente dentro de casa. Isso pode servir como auxílio, não como uma troca somente pela como didade. Oferecer a preguiça ao ser humano, é como milho pra galinha.

    Deus abençoe!
    Marcelo
    www.marceloibl.blogspot.com

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  6. Marcelo, entendo sua posição... ainda mais porque parece que as pessoas costumam ter mais imaginação para utilizar algo "para o mau" do que para o bom uso... e realmente tem muitos contras e efeitos ruins que eu não abordei no post, como por exemplo a possibilidade de um governo mulçumano radical onde o evangelho é proibido rastrear as pessoa que estiverem acessando conteúdo cristão e perseguí-los, ou mesmo como combater a quantidade de besteiras e heresias que aparecem na net (basta entrar em uma comunidade de discussão bíblica de uma rede social para ver como ensinos absurdos são falados e ensinados)...
    De qualquer forma, esse é um dilema que enfrentamos em muitas outras situações. E exatamente por isso que eu acho válido discutir sobre esse tipo de coisa, para que as pessoas tenham consciência e bom senso para utilizar esses recursos da melhor forma.
    Vale dizer também, como coloquei no post, que a idéia não é deixar de lado tudo o que existe hoje... a proposta não é substituir nosso relacionamento pessoal, nossa comunhão no culto, por uma tela de computador... mas sim aproveitar uma área que é pouco explorada pela igreja hoje.

    Já tive experiências pessoais que achei muito válido. Por alguns domingos não pude ir no culto, e vi o culto ao vivo pela internet... Não é o ideal, mas com certeza foi muito melhor do que assistir o "Fantástico".

    Acho que também vale pensar que usando ou não o espaço da web, ele continuará existindo...

    Obrigado por seu comentário e contribuir com o tema!

    Abraços

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  7. Postado por Fabi Felix na União dos Blogueiros Evangélicos:


    É, diante de tudo que li nos comentários, seguei a conclusão que, se a web sempre vai existir apesar de nossa aprovação e que a igreja está sim, caminhando para a "igreja do fururo" com membros virtuais, temos o dever de ensinar e previnir desde já para que a igreja não acabe. Porque se não, vai fica fácil neh!? Dentro da igreja tenho problemas( Porque ela está cheia de seres humanos) então, pra que ir até lá me chatear se eu posso ficar aqui sentado na minha casa??



    Esses dias minha pastora estava falando sobre isso. Sobre as vantagens da web mas, também nos ensinado que a melhor maneira de nos relacionarmos e pessoalmente.



    Afinal de contas: Ferro se afia com Ferro! ...rsrsr....





    Um abraço, Fabi Felix.

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  8. É Fabi,



    De fato, isso vai ser um problema, e até difícil de solucionar.... a pessoa se diz chateada, passa alguns domingos assistindo o culto em casa, daqui a pouco já nem assiste mais o culto e liga no Fatástico mesmo..... quando vê já está afastado.

    Bom, mas acho que o problema mesmo é que esse isolamento e individualismo que já vivemos nos dias de hoje, é uma doença crônica na sociedade, não só na igreja! Raríssimas pessoas estão interessadas em viver um relacionamento sincero! Ir para igreja só para apertar a mão das pessoas, dizer "a paz, irmão" e mal saber o nome de quem você está conversando não é comunhão. Seja por trás de uma tela, ou frente a frente, só teremos uma verdadeira comunhão se buscarmos isso ativamente!

    Mas cada geração tem os seus problemas, não é mesmo? Hoje nós não temos muitos dos problemas do passado, e muitos problemas que enfrentamos hoje não eram nem imaginado no passado...

    Um grande abraço,

    Renan Alencar de Carvalho

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  9. Conheça o Sistema Êxodo, uma plataforma de gestão para igrejas http://www.sistemaexodo.com.br

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